quinta-feira, 30 de abril de 2015

A fábrica do medo


quarta-feira, 29 de abril de 2015

Escândalo Elegante


DANÇA LELÊ


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Informalidade

Nan nan nan nan
Nan nan nan nan
nan nan nan nan
nan nan nan nan
é que em minha rua
não passa mais nem boi nem boiada
passa gás
e outras poluições sonoras
olha a laranja docinha docinha docinha
é delícia, é qualidade, bem na sua porta
é a mandioca pronta para entrar na sua casa
é fresquinha, é macia
é de Suzano
é preço baixo
é a uva, olha a uva, olha a uva
é a banana, nanica
saborosa
é fresquinho é o ovo
é o pente
lará, lará, lará, lará, lára
é o gás de novo
é no cartão
é o veneno para percevejo
é queijo de coalho
é quebra queixo
tem coco, tem maçã
olha rama de hortelã
é pimenta, é malagueta
é polvilho pra tapioquinha
é galinha novinha molinha
não precisa de pressão
é tanta coisa
docinha, fresquinha, novinha
é delícia é qualidade
é nan, nan, nan
é laralara
é o gás para o dia terminar
para rua mercado amanhã começar

terça-feira, 21 de abril de 2015

Destroços de troços ainda são bostas


Viva plena a sua vida
Porque quem não te gosta
E te me mete língua pelas costas
é o estilo de mulher
pior que a não fodida
é a que é mal comida
quando comida
acomodada com feirante
que vomita em festa

Desligue o telefone
ou deixa entrar e sair pelo ouvido
o que tecem contra você
gente que te queria ser
mas não o é
porque é infeliz
porque só sabe ter prazer
tentando te reduzir
ao que é o seu não ser ser
mulheres que apanham
que não aprumam
que deitam longe de maridos
porque melhor que tê-los
é mostrar que os têm

Não mude o curso da sua vida
por causa de umas loucas
mal resolvidas
desprovidas de inteligência
travadas das carências
reféns da inveja
quem não é feliz
nao suporta
sua alegria, sua magnitude
sua capacidade de se recriar

Não acredite em gente
burra que faz questão de ser santa
para esconder a puta
a pouco culta
destituída de ideias
mal parideira
mal trepadeira
dependente de todos
demarcadora de porto pobre
dependente de parente
de mãe, de irmão
quenga evangélica
satanás travestida de santa

Você só precisa sorrir
Santa menina abençoada
Fenix todo o tempo ressurgente
Que boa sua sina
ser superior a esta gente
que não é nada
que é vazia
que só tem por fazer
não te suportar
por nunca poder chegar
onde você sempre estar

domingo, 19 de abril de 2015

Vontade de acolá



Eu tenho a história encravada na pele
Meu tempo da Ponte de algum modo se foi
mas em mim não se perde
tinha um rio que corria e minha tia
cultivava a horta
minha doce e santa e mãe de minha mãe
e de tantos foi Aurélia
Do Riachinho de Lia e Lurdinha e Maurinho e Ci
E de João que me defendia dos moleques
no meu poço de frouxura
Tia Aurélia foi a Santa que eu conheci em vida
Só quem soube ter tantos
Para ser por todos somente o bem

Eu me perco num passado mas presente do que nunca
Era a brincadeira de pular corda
a corda de couro surrada vinda da lagoa
a praça e pura terra sem broquete sem cimento
o muro ao redor da igreja
vencido pela nossa malfazeja molecagem
para o desespero de Teté e padre Tolentino
Do tempo em que a gente não podia ir ao subtenente
Nem aos jogos do salão paroquial
Era um tal de saltar as janelas sorrateiramente
frente a vontade de ser gente
grande dono das possibilidades

E a luz que ia embora
O sinal que apontava um final de noite escura
quem teve aulas com luz a gás o sabe
Velha escola Filomêna Fialho
De mestres consagrados
Cassiano, Dos Anjos, Marina, Eny, Lourdinha, Nancy,
Izilda, Toninho, Mauro e João
E Aparecida Campos inteligente e elegante e fina
Eu fui do tempo da Escola da D'arc na praça
Outra santa em nossas vidas
Tipo irmã da minha mãezinha
E tinha a escola de Latão
Pondo na história outra Terezinha

Eu tenho em minha memória olfativa
O beca de Maria Pequena
Onde o Zeca joga biloquê
Onde se comprava balas no boteco do Cemídio
Onde se subia em disparada para o ponto de ônibus
Quando o terminal era a pensão da Dona Amélia
Ali era a imediação das tentações, das guloseimas
O pudim da Dona Zélia, sempre belos nos leilões
E quem naquelas paragens ficou
Sem comer de pastel e ou glacê de Aparecida
de quase um meu paizinho Euler
pescador e meu mentor intelectual

Ai se voltassem os circos
Vênus é Paz, Brasil é Amor
E todo mundo delirava com o
Pam ram pam pam pam pam
E era paz e amor que desejavam para todos nós
Também somente agora no coração de muita gente
a boite de Negrim
Na era do rádio e da ingenuidade
quando íamos aos casamentos na matriz
ansiosos para o beijo na boca dos noivos
dentro do carro, de frente a igreja
peça maior dos álbuns de fotografias

Penso que ninguém pensa em ponte
Sem pensar em Poções e Riachim
Sem querer ir para os lados da fazenda de Juquinha
Lá pros coxos o recanto
para o excitante e hesitante
desejo dos rapazes e das moças
Êta, que a vista era melhor assim tão besta
De piquenique, de ir a pé pra cachoeira
De fuxicar da vida alheia
como todos se cuidavam
da porta de Dona Merinda
Dos chafarizes nas ruas
até as poeiras do tabulerim
e da ladeira vermelha

Quando a TV chegou
Talvez por milagre de Deus
Gê do Ci suportava toda a molecada
em hipnose por fogo sobre terra
A sala se fazia de cinema paraíso
A vida era inteira porque quase não ia além disso
Tudo previsível e singelamente orquestrado
farmácia de Zé Laércio
Padaria de João Vieira
A festa de fogueira de São João
A semana santa de Conceição
Que era Verônica pra fazer a gente chorar

Eu sei que o tempo não volta
Eu sei que a gente nem pode voltar
Por isso mesmo penso
que o que é sublime e
demais delicioso
É ter ardendo no peito
A lembrança de tantos rostos
os feitos, as estrepolias
e é assim que a modernidade
não sepulta os nossos dias
"Palavra é a (Ponte) onde o amor
vai e vem"

O coro da serpente


sexta-feira, 17 de abril de 2015

desmantelo

Menino,
eu te conto sentimento
do que não me aguento por dentro
te faço juras
e você vem com mesuras
com coisas de não me magoar
por me querer só teu amigo
Ah, peste, vá te catar
Meu negócio é namoro
Embolação
vontade de ficar de quatro
apanhar de mansinho
me sucumbir, submeter
te lamber do céu ao inferno
extrapolar, te destampar
te livrar de roupas, subverter
sofrer coisas, sentir vertigens
chiar feito o calor das virgens
Que coisa mais sem sentido
Soprar no meu ouvido
esse excesso de consideração
as avessas, frustrante em minhas fuças
tenho amigo a dar com rodo
escorregando pelo ladrão
Vá se danar
Procurar Roberto Carlos
Ele disse, foi eu não
Que quer amigos de milhão
pra bem mais forte poder cantar
Larga mão de ser devagar!

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Do desejo de Maria


eu sou do tipo que sente vontades
do tipo te ver nu depois da musculação
claro, se você não for do tipo somente braço e peito sarado
é que gosto de homens com bunda presente
e algum mormaço de conteúdo na cueca
Por isso mesmo
Pedi para a Santa que me concedesse
esse estilo de menino nem que por apenas uma noite
tive medo que tivesse abusando da virgem
pedindo muito mais do que eu merecesse
mas vai que a doce se fizesse distraída
ao canto do ponto da aflita
eu disse forte, contrita, para a minha mãezinha
me ponha na cama com algum homem
deste tipo mais ajeitadinho, mais avantajado
e agora estou patética contigo de meu lado
por tudo que te for mais sagrado
como você funciona Zé Ronaldo?

Garrafaria (caso engraçado)*

Ela se ergueu
por graça de Deus
tão bêbada
quanto gorda era
do tamanho da mesa
do bar
da parta rente
ao portão da casa dela
feliz, erma, plena, bela
que toma força
respira ofegante, tonta, mira, anda
cambaleia a dança da baleia serei
aos gritos do dono da espelunca
___ cuidado com a minha estufa
e ganha direção e prumo a pluma


*Com meu primo, irmão, amigo
Onofre Versiani Gusmão
para uma extraordinária amiga
que é intensa, imensa, em todos os sentidos!



                                                       Onofre Gusmão 
                       Rógeres GSilva

terça-feira, 14 de abril de 2015

KRATOS


Arranque 
o que tem de melhor 
dentro de você
sem dor, ao mundo
doe, demos, cracia

segunda-feira, 13 de abril de 2015

FLAGELO


Depois de me trocar por todas
as possibilidades de mulheres,
Ele não se importa se isso me
Consome,
Ele me pune,
Me bate,
O que sempre tenho na memória
É não saber quando
Rir ou chorar da minha história
 
Ele me trata
À ferro quente encarnado na vagina
À espeto errante
Em minha alma que adormece
Ultrapassante
A dor de ser eu
Ou tanto faz que a outra seja
As tantas, eu tonta
Minha garganta que
Arranha, grita, mas não conta

sábado, 4 de abril de 2015

aleluia de manhã




parece que no seu
ventre
agora venta!
que será que arma
essa sua tenda?
é  ar por dentro
da fenda
ou puro
pau duro
a consistência