domingo, 27 de julho de 2014

O imperativo do poema

A pagina preferiu ficar branca
como se quisesse frustrar minha imaginação
ou foi minha agonia que desviou o meu olhar.
Como se não bastasse o malfazejo,
toda a tinta da caneta sisma em ficar turva:
eu sem pauta, eu sem tinta, em estado de decomposição
completa das ideias,
eclipse total do coração

Tão ingênuo fui naquela hora
como é decidido em mim a qualidade de tudo
tolice querer ser dono da poesia
burrice esquecer que a louca se faz de feita sobre tudo
vem quando dá na teia
da forma que quer ser vista
nem sempre quer ser escrita
nem precisa ser lida
nem mostrada
nem sentida.

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