quarta-feira, 11 de junho de 2014

cantiga de urbanizar

Entre mim e o morro despedaçado  na paisagem
existe os homens e a cidade
avantajado processo de desmantelamento do horizonte
cada vez mais a condição de ter que ver paredes

tem uma escola de frente para a minha varanda que me tapa a vista
a gravura é menos morro aos meus olhos
é mais recinto e ensinamento da desaprendizagem  de todos
mais adiante os edifícios, as torres, o topo das árvores e dos telhados

Ao ritmo desta suave e estonteante velocidade  
entregamos os pontos até confinarmos no firmamento
nossa possibilidade de véu natural de horizonte estendido
uma economia burra de céu e de sol e um desperdício das terras.

é um ou outro lote vago um elemento de um mundo descumprido
o trôpego dos cavalos é uma canção perdida fora do contexto
parece que tudo se revirou as  avessas dos seus desencontros
nos quatro cantos da sala do meu horizonte restrito.

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