quarta-feira, 28 de maio de 2014

O dilema do absorto

absorto,
Transcendido.
minha visão te achou em seu ângulo,
meus olhos conquistaram  a beleza do seu corpo
e tudo que alcançaram teve um quê de maravilha até não poder te ver mais

você veio com obstáculos,
excessivamente vestida,
meus olhos te enxergavam rente com seu cachecol,
como dito, tudo que se via tinha tom de maravilha!

Ah, que coisa suficiente para entender o meu afinco, o meu derreter.
Bastei por a vista em você para sentir o meu pau preâmbulando na gama do seu intervestimento
Ela há de estar feito eu, acesa, necessitando de qualquer coisa, até mesmo de meu eu como objeto

Você, deu para perceber no seu olhar e no seu pescoço inteiro
tinha algo irresistente para ser perseguido
você tem os seus morros e suas fendas
seus horizontes, seus vales, mas
você tem também uma penumbra que me dá zonzeira

meus  olhos se apaixonaram por você 
e diante de suas impossibilidades
quer meu corpo ao seu serviço para poder te ver melhor
meus olhos fecham os olhos para poder te ver melhor além do que eles vêm
e o meu suplício enlaça meu peito cabeludo nos teus horizontes
com as mãos aflitas por todo seu inteiro corpo, amém!

entro  em transe, me deixo absorto, sem controle
minha mão tateia montes em seus bojos
se umedece nos seus brejos
tudo é uma conspiração para eu estar dentro de você

Tudo em mim vira braille
delírio suave dos meus dedos
tato desarvorado que traz odores para as minhas narinas

eu consigo sentir em teu corpo entorpecido uma possibilidade de cama
um sinal de acolhida tateado
o desejo dentro do enlevo da tua alma
sou todo duro esbarrado em você
nessa suprema linguagem de cegos

como é bom ver no escuro tua carne tão doce e tenra
como é bom poder te ver agora inteiramente desvestida e minha
até todo o nosso fluir se esgotar e a gente precisar se olhar novamente noutra proposta boa.

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