Ai que não suporto

Se me mandar fritar ovos, faço contra o meu gosto
e se for pra ficar na fila
prefiro não chegar e pagar atrasado
não tomo água de filtro
o copo se embirra de pirraça
como se a minha sede
suportasse toda uma eternidade
ah, escovar os dentes?
Sim, mas sem gastar 15 minutos
fazer misto quente?
Deus me livra,
aquela luzinha verde não se fez ao meu favor
prefiro andar a pé, não suporto esperar ônibus
minto
não prefiro andar a pé,
comumente corro
outra coisa que me dá calo no saco
esperar você vestir a camisinha
aquela confusão de plástico "ingiano"
aff!
aff!
aff!
pão com manteiga, só se alguém passar pra mim
suco? nem pensar
mastigado é mais rápido e mais gostoso
semáforo? angustia, aflição
próximo capítulo?
misericórdia!
o tempo de ebulição?
só cagando para distração
intervalo e 10 minutos para ir embora
asfixia
tem dia, que não é o dia
paciência!  
Aquele tempo de espera e a musicazinha
para conexão.
Sem comentários?

O lance é levitar

Lá no poço da anta

Liseu!

Oh Liseu.
Liseu, lis'eu.

oi pra mim Liseu.

me lisa nem!

me grunha

gama, ganha

Êh home sem entusiasmo!

 Rógeres GSilva

vagandiagem

beija-se

Aponto e faço

ponha um ponto
de poema
na ponta da tua
língua
encoste a vida
num cuspir rimado
cada sílaba será
fragmento de sentimento
encarnado 
sentido
sensível à ponta do dedo
que agora eu via
apontado para a poesia

isso é coisa sua

ISSO É COISA SUA

na primeira vez
que me entretive

contigo
sexo jogado ao vento

tive gosto na boca de chuchu sem pimenta do reino

sem graça, sem menta, sem veneno

sem tesão

sem aflição

não teve acerto

rezei o raiar do dia

pra ir embora vazia e vadia

o quanto fosse mais cedo

morri de medo

Rógeres GSilva

A cruz e o credo

ASAVENTO

Voar com a sobra das asas 

sobrar em algum lugar

                                                                                   Rógeres GSilva

esvoaçado

Poema I